a sutura do poeta
tô com uma idiossincrasia hoje
percebo que nem a pirlimpsiquice do coltrane
nem ela burla a lei da testa única
o canto da estrutura metálica
o canto lamurioso da estrutura metálica
da estrutura tocada pelo vento
o canto inútil daquela que se quer vento
o canto remetido ao vento
a fumaça do rabinho do carro sai incolor
tenta se disfarçar pra parecer com o ar
a general eletric mentiu pra mim
a general eletric grafou engano na lâmpada
na lâmpada de luz fria
tava escrito que é luz do dia
a lâmpada, se descobrindo enganada
a lâmpada, coitada, agoniza na tremedeira
a água sai fria, mas esquenta devagarinho
o box se torna algo como útero materno
surpreendo a dose de esquizofrenia que carregamos
a dose variável que carregamos no ventre
o projetor que nos lança na tragédia
a luz que sai do projetor trágico
a fumaça delimita a luz do projetor
a fumaça difusa delimita o foco certeiro
o despertador permanece carcereiro
o despertador é carcereiro do círculo causal
a sutura do poeta em cirurgia
a suturorgia do poeta produz cicatriz brilhosa
produz pele nova que se quer vida
que se quer brilho
gente é pra brilhar
percebo que nem a pirlimpsiquice do coltrane
nem ela burla a lei da testa única
o canto da estrutura metálica
o canto lamurioso da estrutura metálica
da estrutura tocada pelo vento
o canto inútil daquela que se quer vento
o canto remetido ao vento
a fumaça do rabinho do carro sai incolor
tenta se disfarçar pra parecer com o ar
a general eletric mentiu pra mim
a general eletric grafou engano na lâmpada
na lâmpada de luz fria
tava escrito que é luz do dia
a lâmpada, se descobrindo enganada
a lâmpada, coitada, agoniza na tremedeira
a água sai fria, mas esquenta devagarinho
o box se torna algo como útero materno
surpreendo a dose de esquizofrenia que carregamos
a dose variável que carregamos no ventre
o projetor que nos lança na tragédia
a luz que sai do projetor trágico
a fumaça delimita a luz do projetor
a fumaça difusa delimita o foco certeiro
o despertador permanece carcereiro
o despertador é carcereiro do círculo causal
a sutura do poeta em cirurgia
a suturorgia do poeta produz cicatriz brilhosa
produz pele nova que se quer vida
que se quer brilho
gente é pra brilhar
5 Comments:
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
pirlimpsiquice do coltrane...
gostei do neologismo... se foi "inventado" pra esse poema achei genial...
senão... genial de qualquer forma...
muito boa a poesia mermo fernando. coisas metálicas, urbanas que pretendem ser carnais, brilhar... e realmente, fumaça do rabinho e pirlimpsiquice do coltrane são geniais. aliás dedé, o neologismo é do guimarães do primeiras estórias (engraçado, uma palavra que não existe mais, estória...)
Gosto muito de quando as coisas chegam, vão, e depois voltam com outro significado. A lâmpada, que antes é uma mentira, depois é só uma lâmpada, depois é relembrada no "gente é pra brilhar."
muito bonito, Fernando.
bjs
J.
ja te falei muito dela naquele dia, mas tenho que resaltá " a fumaça difusa delimita o foco certeiro" caralho me indentifiquei muito com essa imagem! Nao é que saem coisas bonitas de um troglo!rs
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