12.4.07

me calo então

se tudo vem quando é preciso
não é desperdício de imaginação

nem quando a memória é inóspita
como em momentos de despedida

mesmo uma dor inventada
pode depois virar ponto de vista

produzida sorrateiramente
pela carismática sub-consciência

passatempos sobre o muro sólido do concreto
com incertos métodos reinterpretativos

o encaixe é tal que só permite
pequenas frestas para prever contra-tempos

mas o tempo de resposta
nem sempre cumpre o prazo

rupturas iminentes
deste muro extraordinário

revoluções eram contidas
em minha pele impermeável

mas o muro cede
o que fica
é o silêncio

silêncio
o norte e sul
há tempos são descritos
em demasiadas palavras

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Muito bom... manero mesmo cara. invente tudo, e aquilo que nao invente vai acabar sendo parte de uma historia inventada... As coisas cruas sao cruas demais. Como uma sopa de llama no deserto.
Quando voce para de inventar, quer dizer que a coisa ta muito louca mesmo. Porque a imaginacao ta saturada por tudo o que esta vendo, e e tudo tao louco que nao precisa mais pimenta no tempero... Nao sei porque pensei em tudo isso, na verdade, pensei bem mais que isso... li essa parada, mexeu comigo, e fiquei como uns 30 minutos ouvindo jazz na net, e pensando em varias coisas... E cara, a vida e uma grande mentira, e quando comeca a ser verdade, é porque tu m,ergulhou bem fundo nela... E ai falando parece mais mentira ainda... entao, que diferenca faz... nao sei... vo continuar aqui ouvindo art blakey... abracos.

15:19  

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