26.12.06

Relato noturno (partes I e II)

A noite tudo encobre tão fagueira,
e os corpos polipodéticos se irmanam.
A lua de amor cheia, alvissareira,
testemunha os amantes que se amam:
“Da amante vê-se o seio – diz-me a lua-
o amante a beija já em seu regaço.
Despi a bela dama agora nua.
Toma-lhe em profundo abraço.
Beija-lhe a vulva, no seio faz carinho.
A mulher alto geme – segue a lua-
De amor a areia faz-se ninho.
(E o amor convulso continua).”
Sussurrante falou-me a lua cheia:
“Os amantes amavam-se na areia.

Na alvorada o Sol presenciou
O sono dos amantes exauridos.
“Eles, ambos nus e sós – o Sol falou –,
dormiam com seus corpos confundidos.
O homem ainda dorme e boceja,
Mas a amante o beija insaciável.
Beija-lhe o falo e a glande sua beija.
Sendo o beijo então irrecusável
o homem em sua fronte faz carinho;
delicada, seu sexo ela traga.
(De novo de amor areia é ninho).
Seus cabelos ele, terno afaga.
Então jorra do fundo de seu ser
o que ela sorve, com gozo e prazer.

0 Comments:

Postar um comentário