6.12.06

entre hegel e caetano

o homem é pedaço
de beira, fôrma
que já o implica
à múltipla identidade
por razão explícita

longe d'águas que torneiam
sabe de um lar de aventuras
porém vai a vida inteira
sem achar o que procura

imagina à erma quietude
a circunstância do cerco
de maneiras incertas
em parábolas difusas

olha para o céu então
como se respostas
ou a quintessência
pudessem proferir
os inertes deuses
de alegada sapiência

nota que outrora
fascinantes gestos
agora ponderam
enigmas delirantes

nega a possibilidade
da ausência
do direito adquirido
diversificando anseios
em desejos incompreendidos

caberá desejar o desejo
sem confinar a idéia
numa impressão?

o que fazer para
que não haja remorso
em qualquer súbita
vontade silenciada então?

o grito em mão fechada
só institui o dilema
entre magia e razão

entregue à impostura
o espelho
como subterfúgio
das mágoas
é denúncia nunca pronunciada
fonte da própria loucura

será que o
faz de conta
condena a realidade
a tentar fazer juízo
de coisas além da
própria envergadura?

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