Pó
O p O q O p O q O p O q O
- o jogo
- o dispositivo
- o improviso
- o ato
- o ator
- o personagem vertical
O p O q O p O q O p O q O
Pó
o
anarquia virtual no mundo real das grandes mídias (666)
o tempo passado e o tempo presente estão ambos talvez presentes no tempo futuro e o tempo futuro contido no tempo passado se todo tempo é eternamente presente todo tempo é irredimível. o que poderia ter sido é uma abstração que permanece, perpétua possibilidade, num mundo de apenas especulação.
o que poderia ter sido e o que foi convergem para um só fim, que é sempre presente. Ecoam passos na memória sob as galerias que não percorremos Em direção a porta que jamais abrimos
Assim ecoam minhas palavras na sombra da lembrança, estalam e muitas vezes até quebram sob a carga, sob a tensão, tropeçam e scorregam, perecem, apodrecem com a imprecisão absurdo o som do tempo devastado que antes e após seu rastro alastra
Eu disse à minha alma, fica tranquila, e espera sem esperança pois a esperança seria esperar pelo equívoco, espera sem amor pois o amor seria amar o equívoco espera sem pensar, pois pronta não estás para pensar.
Assim a treva em luz se tornará, e em dança há de o repouso se tornar
Embora a razão seja comum à todos, cada um procede como se tivesse um pensamento próprio. O caminho que sobe e o caminho que desce são um único e mesmo.
si le soleil passait si tu bouges
on debouchait de la lumière
vers une mot trop dur
ou les nuages sont bannis
tu dis que la absence de coulers
c'est un crime commit pour le hiver
je te dis que c'est vrai
mais tu part a toute vitesse est-ce que nous sommes encore enfants?
j'attends qui on quelque matin un amour qui ressemble une rencontre de chemin
Entre-Montes - Sertão de Alagoas
Sol de Angico, túmulo de Lampião - Sertão de Sergipe
e o sertão já virou mar...
Rio São Francisco por detrás da represa de Sobradinho (Bahia) -
este mundo de água que vemos no mapa do Brasil de tão grande
Relembro a casa com varanda
Muitas flores na janela
Minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso
Mas na lágrima um aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro
Eu ainda era puro
Mas num beijo disse adeus.
Minha casa era modesta mas
eu estava seguro
Não tinha medo de nada
Não tinha medo de escuro
Não temia trovoada
Meus irmãos à minha volta
E meu pai sempre de volta
Trazia o suor no rosto
Nenhum dinheiro no bolso
Mas trazia esperança.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.
Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito
O sangue no linho branco
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.
Eu venho aqui me deito e falo
Pra você que só escuta
Não entende a minha luta
Afinal, de que me queixo
São problemas superados
Mas o meu passado vive
Em tudo que eu faço agora
Ele está no meu presente
Mas eu apenas desabafo
Confusões da minha mente.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam.